Treinador brasileiro mais velho, de cabelos grisalhos, andando em linha reta à margem do campo com olhar profundo; hologramas táticos azuis visíveis no gramado sob a luz de refletores.

Os 3 técnicos brasileiros mais promissores da nova geração

Já aviso: o futuro não é só hype. Ele está sendo construído agora, por uma safra que junta ideia clara de jogo, gestão de grupo e fome por evolução. Peguei o seu texto de base (gostei muito do “futuro chegou” e dos arquétipos visionário tático / gestor de talentos / estrategista) e transformei num texto completo, do jeitinho que eu costumo publicar aqui.


Por que essa nova safra me empolga (meu critério)

O cenário do nosso futebol

Eu sinto que a conversa sobre “estagnação” no futebol brasileiro ganhou volume — e com razão em alguns contextos. Por muito tempo, insistimos nas mesmas fórmulas esperando resultados diferentes. Só que, nos últimos anos, começou a surgir uma geração de técnicos que não tem medo de estudar, testar, adaptar e criar com a nossa cara.

Treinador brasileiro mais velho, de cabelos grisalhos, andando em linha reta à margem do campo com olhar profundo; hologramas táticos azuis visíveis no gramado sob a luz de refletores.
Experiência e Inovação no Mesmo Campo

O que eu busco quando escolho nomes

Eu não monto lista por moda. Olho quatro coisas bem objetivas:

  1. Perfil dos treinadores — trajetória, coerência de carreira, capacidade de comunicação.
  2. Estratégias — princípios de jogo reconhecíveis com e sem a bola (pressão, amplitude, saída, bola parada).
  3. Resultados recentes — desempenho que vira ponto, campanha, taça ou salto competitivo.
  4. Futuro no futebol internacional — quanto o trabalho é transferível para outros mercados.

Como vou apresentar

Eu vou te mostrar três perfis que encaixam direitinho nos arquétipos do seu rascunho:

  • O Visionário Tático (ideia de jogo envolvente e bem treinável);
  • O Gestor de Talentos (formação, integração base-profissional e evolução individual);
  • O Estrategista (leitura de jogo, ajuste fino e frieza em decisões).

Cada um com perfil, estratégias, resultados e projeção internacional.


André Jardine — o “Visionário Tático” que conquista espaços

Perfil (de formador a ganhador)

Eu enxergo o Jardine como aquele técnico que saiu do rótulo de “bom de base” para virar solução no profissional. Passou por processos estruturados, ganhou casca de vestiário e aprendeu a vencer sem abrir mão de ideia.

Estratégias (posse que progride, pressão que dói)

O time do Jardine costuma mostrar:

  • Pressão pós-perda curtinha para recuperar alto e manter o rival sufocado;
  • Amplitude com pontas e meias que pisam na área para atacar espaço;
  • Saída apoiada (linha de passe curta, triangulações) que acelera quando encontra vantagem;
  • Bola parada ensaiada — detalhe que decide jogo grande.

É um modelo propositivo, mas nada “estéril”: a posse serve para progredir, não para rodar sem ferir.

Resultados recentes (ideia que vira taça e sequência)

Três técnicos brasileiros observam atentamente uma projeção holográfica de tática no campo ao amanhecer, com expressões sérias e um estádio moderno ao fundo.
Arquitetos do Amanhã: A Estratégia Está no Ar

O que me atrai é a consistência: campanhas longas no topo, time reconhecível e jogo grande bem jogado. Mesmo quando o elenco muda, o padrão fica — sinal de processo bem treinado.

Futuro no futebol internacional (pronto para mercados médios/grandes)

Pelo pacote (metodologia + gestão + repertório), eu vejo o Jardine pronto para saltos: ligas competitivas do continente, MLS de topo e portas abertas em Portugal/Espanha de meio de tabela. É trabalho que se traduz.


Arthur Elias — o “Gestor de Talentos” com visão moderna

Perfil (formação, metodologia e palco de seleção)

Eu acompanho o Arthur desde o trabalho dominante em clube e o passo para contexto de seleção. O que me ganha é a metodologia: treino que explica o “o quê” e o “por quê”, criando jogadoras autônomas para decidir no campo.

Estratégias (pressão inteligente e amplitude que machuca)

No gramado, eu vejo:

  • Pressão alta ajustável ao adversário (altura de bloco muda, o padrão não);
  • Saída curta com meias que mudam o ritmo (atrai, solta e acelera);
  • Amplitude bem marcada para abrir linha rival e infiltrar por dentro;
  • Integração entre setores — distâncias curtas, apoios constantes e ataques coordenados ao espaço.

Resultados recentes (desempenho que vira confiança)

Além de desempenho, entrou taça no currículo recente, o que pesa demais para qualquer projeto de longo prazo. Em torneios de tiro curto, nota-se time competitivo, com plano A sólido e ajustes reais no plano B.

Futuro no futebol internacional (teto de Copa e mercado europeu)

Sendo direto: eu vejo o Arthur com teto de Copa do Mundo em seleção e, se optar por clubes, com mercado nas principais ligas do futebol feminino europeu. Repertório, gestão e cultura de treino o colocam num patamar raro.


Thiago Carpini — a ascensão do “Estrategista”

Perfil (trajetória, desafios e maturidade)

O Carpini é da safra que aprendeu apanhando e voltou melhor. Passou por contextos diferentes, absorveu pancada, errou, acertou — e amadureceu. Chegar a um projeto de estabilidade na elite é a chance de traduzir ideia em pontos.

Estratégias (organização, ajuste e bola parada)

O que espero ver — e já vi em bons recortes:

  • Organização sem bola em 4-4-2/4-2-3-1, com encaixes curtos e proteção de área;
  • Saída 2+2 (zagueiros + volantes), extremos disciplinados para esticar campo;
  • Ataque ao meio-espaço com meia/“falso 9” infiltrando nas costas do lateral;
  • Bola parada preparada para disputar jogo parelho.

Resultados recentes (consistência é a palavra)

Mais do que taças, o indicador aqui é sequência: série de jogos com mesma cara, leitura de contexto (adversário, gramado, calendário) e plano ajustado sem rasgar o modelo.

Futuro no futebol internacional (mercados intermediários no radar)

Se essa consistência aparecer numa temporada cheia, eu enxergo mercados intermediários de braços abertos: MLS, México, Portugal média. O salto depende de continuidade — e isso está ao alcance.


As 3 perguntas que mais recebo

1) “Promissor” vale para quem já ganhou título?

Vale. Promissor não é sinônimo de iniciante — é margem de crescimento. Eu considero promissor quem já provou em um contexto e mostra sinais claros de que pode replicar em cenários maiores (ou diferentes).

2) Por que incluir o futebol feminino nesse debate?

Porque o nível competitivo cresceu demais e a prancheta é prancheta em qualquer gramado. Metodologia, treino, modelo e gestão se transferem. Quando um técnico de seleção/clubes mostra padrão e resultado, ele entra no mesmo debate.

3) O que eu olho primeiro para “ler” um treinador em 15 minutos?

Três coisas:

  • Sem a bola: altura do bloco, coberturas e distância entre setores.
  • Saída de bola: quem dá linha, quem aproxima, quem estica.
  • Bola parada: ofensiva e defensiva. Se tem padrão aqui, costuma ter no resto.

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