Você, como eu, sente falta dos volantes clássicos do futebol brasileiro? Aqueles “camisas 5” que desarmavam e construíam o jogo? Essa figura sumiu dos gramados. Onde foi parar essa tradição?
Essa é uma dor para amantes de futebol. Mas por que não vemos mais esses craques? Neste artigo, vamos mergulhar nas razões do “fim” dessa era e entender o que o futebol moderno fez com nossos volantes.
A Lenda do Volante Clássico Brasileiro
Ah, o volante clássico! Para mim, essa figura era quase um sinônimo de futebol brasileiro. Eles não eram só jogadores; eram a espinha dorsal do time, o coração que pulsava no meio-campo.
Eu me lembro bem de como a gente esperava ver aquele “camisa 5” dominando a área. Eles tinham uma presença em campo que ia muito além da técnica.
Eles representavam a essência do nosso jogo, combinando raça com uma inteligência tática impressionante. Era uma posição que definia a identidade de muitos times.

O DNA do Volante Raiz: Caráter, liderança, roubada de bola.
O que fazia um volante “raiz” ser tão especial? Eu diria que era uma combinação única de atributos que iam além da bola nos pés. Eram verdadeiros líderes silenciosos.
A roubada de bola era sua arte principal. Mas não era só isso; era a leitura de jogo para interceptar passes e a garra em cada dividida.
Além disso, o caráter pesava muito. Eram caras que impunham respeito e ditavam o ritmo do meio-campo.
Ídolos de uma Era Dourada: Exemplos marcantes e suas características.
Quando penso em volantes clássicos, nomes como Dunga, Mauro Silva e Falcão me vêm à mente. Cada um com seu estilo, mas todos com o mesmo brilho.
Dunga era a personificação da raça. Mauro Silva, a elegância na desarmada. Falcão, a inteligência e a visão de jogo.
Esses jogadores não eram apenas bons; eram pilares em seus times, capazes de mudar o rumo de uma partida.
Mais que um jogador, um pilar: Função tática e psicológica.
A função do volante clássico ia muito além de “marcar e passar”. Eles eram a conexão vital entre a defesa e o ataque, iniciando a construção das jogadas.
Taticamente, protegiam a zaga e ditavam o ritmo. Psicológico, eram a segurança do time, a voz que acalmava ou cobrava.
Era uma posição que exigia muita inteligência de jogo e liderança natural.

A Revolução Tática no Futebol Moderno
Depois de mergulhar na história dos nossos volantes clássicos, é hora de encarar a realidade: o futebol moderno mudou o jogo. Aquele “camisa 5” isolado, que era o coração do time, começou a ser visto de outra forma.
Eu percebo que a evolução tática global exigiu uma adaptação de todas as posições. O meio-campo, em especial, virou um caldeirão de funções e responsabilidades.
Para mim, essa mudança foi gradual, mas implacável, redefinindo o que se espera de um jogador na posição de volante.
O Fim do “Camisa 5 Pura”: Mudanças de esquema e funções.
O esquema tático do futebol mudou bastante. Hoje, é raro ver um time jogar com um único volante “puro”, focado apenas na marcação.
Eu vejo que a maioria das equipes adota formações como o 4-2-3-1 ou o 4-3-3. Isso significa que as funções do meio-campo são mais divididas.
Agora, precisamos de dois ou até três jogadores na linha de volantes, cada um com uma responsabilidade mais ampla.
Versatilidade: A Nova Ordem: Volantes que constroem e marcam.
A palavra de ordem para o volante de hoje é versatilidade. Não basta só roubar a bola; ele precisa saber o que fazer com ela.
Eu busco jogadores que consigam desarmar, mas que também tenham boa saída de bola, passe qualificado e até cheguem à frente para finalizar. É o famoso box-to-box.
Essa exigência por múltiplas habilidades transformou a posição em algo muito mais complexo.
A Influência Europeia: Pressão alta e transição rápida.
Não dá para negar a influência do futebol europeu. A intensidade e a pressão alta se tornaram modelos a seguir.
Eu noto que times que aplicam o gegenpressing ou a transição rápida exigem volantes com fôlego, velocidade e leitura de jogo acelerada.
Isso tirou um pouco daquela cadência e da capacidade de “pensar o jogo” que nossos volantes clássicos tinham, priorizando a ação e a reação.
O Berço Vazio: A Base Brasileira Atual
Se o futebol mudou lá fora, a nossa base, o berço de tantos craques, também sentiu o golpe. Eu vejo que a forma como nossos jovens são treinados hoje impacta diretamente na falta de volantes clássicos.
Para mim, é como se a fábrica de “camisas 5” raiz tivesse diminuído drasticamente a produção. Há uma mudança de prioridades no desenvolvimento dos atletas desde cedo.
É uma consequência direta da evolução tática que vimos, mas que se manifesta de forma particular aqui no Brasil.
Foco na Técnica e Ataque: Menos ênfase na marcação.
Eu percebo que, nas categorias de base, o foco é muito mais em formar “camisas 10” ou atacantes habilidosos. É natural querer ver o drible, o gol.
Para mim, a marcação e a leitura defensiva acabam ficando em segundo plano, especialmente para quem joga no meio-campo. A ênfase é na construção e na criatividade.
Isso faz com que muitos jovens promissores cheguem ao profissional com lacunas na parte defensiva que um volante clássico dominava.
O Processo de Formação: Pressão por resultados e atalhos.
A pressão por resultados rápidos nas categorias de base é cruel. Eu sinto que muitos clubes preferem formar um jogador que se destaque logo, que chame a atenção.
Às vezes, isso significa pular etapas na formação tática ou física para uma posição específica. É um atalho que, para o volante clássico, é um beco sem saída.
A busca por talentos que possam gerar receita rápida também molda o tipo de jogador que é priorizado na formação.
A Busca pelo “Novo Bruno Guimarães”: Volantes modernos.
Hoje, eu vejo que os clubes buscam o “novo Bruno Guimarães” ou o “novo Casemiro”. São jogadores que, além de marcar, saem jogando com qualidade e pensam o jogo ofensivamente.
Essa busca pelo volante “completo” é reflexo do futebol moderno. Para mim, ela é válida e necessária, mas tem um custo.
O custo é que o desenvolvimento daquele cara que só “destrói” e entrega a bola redonda, o volante destroye puro, fica em segundo plano.
Fatores Extras e Consequências Locais
Além das transformações táticas e da forma como a base tem trabalhado, eu percebo que existem outros elementos que contribuem para essa escassez de volantes clássicos no futebol brasileiro. São fatores que agem nos bastidores, mas com impacto direto no campo.
Para mim, é um conjunto de influências que moldam o perfil dos jogadores que vemos surgir e, consequentemente, a demanda por certas características.
Êxodo Precoce de Talentos: Venda jovem e adaptação.
Eu vejo que nossos jovens talentos mal despontam no cenário nacional e já são vendidos para o exterior. Essa venda precoce, muitas vezes, força uma adaptação rápida.
Lá fora, eles precisam se encaixar em esquemas táticos diferentes, que podem não valorizar as características de um volante puramente destroye. Acabam se tornando mais versáteis ou perdendo a identidade inicial.
O Perfil do Treinador Brasileiro: Preferências e filosofias.
Eu sinto que muitos treinadores brasileiros, influenciados pelo futebol europeu, também passaram a preferir jogadores com múltiplas funções. Aquele volante que só marca não é mais a primeira opção.
Eles buscam um meio-campista que saia jogando, que tenha visão de jogo para o ataque e que seja capaz de cobrir grandes espaços. A filosofia mudou, e a demanda por um perfil específico também.
O Impacto na Seleção Brasileira: Equilíbrio e solidez.
Para mim, a consequência mais visível dessa mudança é na nossa Seleção Brasileira. Eu vejo que há uma busca constante por equilíbrio no meio-campo.
A falta de um “camisa 5” clássico, com a solidez defensiva que tínhamos, muitas vezes nos obriga a adaptar jogadores ou a repensar a estrutura tática. Isso pode, em certos momentos, comprometer a solidez defensiva do time.
Há Esperança? O Futuro da Posição
Depois de tudo que falamos sobre a escassez de volantes clássicos, a pergunta que fica é: será que essa posição está fadada a desaparecer no futebol brasileiro? Eu, particularmente, não acredito nisso.
Acredito que sempre haverá espaço para jogadores com características defensivas sólidas, mas a forma como eles atuam e são desenvolvidos precisa mudar. É uma questão de adaptação e de visão.
Para mim, o futuro da posição passa por um equilíbrio entre a tradição e as exigências do futebol moderno. Não é sobre voltar no tempo, mas sim evoluir.
Precisamos olhar para frente e entender as novas demandas do jogo.
Resgate da Essência ou Adaptação? Qual caminho seguir.
Eu vejo que a discussão é complexa. Voltar a formar apenas o volante destroye puro pode ser um tiro no pé, dada a dinâmica atual do jogo. O futebol não para de evoluir.
Acredito que o caminho é a adaptação, mas sem perder a essência da marcação e da proteção à zaga. É possível ter um jogador sólido defensivamente que também saiba jogar com a bola nos pés.
Não é um ou outro, mas a junção de qualidades.
A Importância da Visão dos Clubes: Investir na base.
Para mim, a base dos clubes é o ponto-chave. É lá que os talentos são lapidados, e a forma como os jovens são treinados define o perfil dos futuros jogadores.
Os clubes precisam enxergar a importância de desenvolver volantes que entendam o jogo defensivo, mas que também tenham a capacidade de progredir com a posse. É um investimento a longo prazo.
Isso exige paciência e um olhar atento para as necessidades do time e do futebol como um todo.
O Volante Híbrido: A Nova Geração: Equilíbrio e visão.
Eu vejo que a tendência é o surgimento do volante híbrido. Aquele jogador que consegue desarmar com eficiência, mas que também tem qualidade no passe e na transição.
Ele não é só um “cão de guarda”, mas um articulador, um elo entre defesa e ataque. Precisa ter leitura de jogo para interceptar e também para iniciar as jogadas.
É um perfil que exige inteligência tática e versatilidade.
Um Olhar Otimista para o Amanhã: Potencial de renovação.
Apesar dos desafios, eu sou otimista. O Brasil sempre foi um celeiro de talentos, e nossa criatividade pode nos levar a reinventar a posição de volante.
Podemos ver surgir uma nova geração de jogadores que mesclem a raça brasileira com a inteligência tática exigida pelo futebol moderno.
Acredito que, com a visão certa, vamos voltar a ter grandes nomes nessa posição tão vital.
Conclusão
É isso, galera: o volante clássico, aquele camisa 5 raiz, tá sumindo. O futebol evoluiu, as táticas mudaram, pedindo outro perfil.
Pra mim, a tradição se transforma. Agora, é ficar de olho em como os novos talentos vão marcar a história do nosso futebol.
Perguntas Frequentes sobre O fim da tradição dos grandes volantes no Brasil
Quais características são mais valorizadas nos volantes de hoje em dia?
Eu busco jogadores com grande capacidade de cobertura de campo, inteligência posicional e que dominem a transição rápida.
A influência europeia mudou o papel do volante. Quais ligas ou estilos foram mais decisivos?
Eu noto que a Premier League e a Bundesliga, com seu ritmo intenso e foco na pressão pós-perda, moldaram muito essa nova visão do meio-campo.
O que eu sinto que o futebol brasileiro perdeu com o “fim” do volante clássico?
Eu acredito que perdemos parte da identidade tática brasileira, com menos ênfase na proteção defensiva e na construção cadenciada do jogo.
vc arrasou Paulinha