O Apito Inicial da Nossa História
Quando eu penso no futebol feminino no Brasil, é impossível não me emocionar. Hoje, a gente vê Marta, Debinha, Bia Zaneratto e tantas outras craques brilhando nos gramados, mas nem sempre foi assim. A verdade é que o caminho até aqui foi cheio de obstáculos, preconceito e resistência.
Neste artigo, quero te levar numa viagem pela evolução do futebol feminino no Brasil: desde o período sombrio de banimento até a era de conquistas internacionais, passando pelos desafios que ainda persistem e pelas jogadoras que mudaram a história.
As raízes proibidas do futebol feminino

O decreto que calou as mulheres
Você sabia que já foi proibido para mulheres jogarem futebol no Brasil? Pois é. Em 1941, o Decreto-Lei 3.199 determinou que esportes “incompatíveis com a natureza feminina” estavam banidos — e o futebol estava nessa lista.
Mais tarde, em 1965, o Conselho Nacional de Desportos reforçou essa ideia absurda. A justificativa era de que o futebol era “violento demais” para mulheres. Eu confesso que toda vez que releio essa parte da história, me sinto revoltado.
Jogos clandestinos e resistência
Mas brasileiro não desiste nunca, né? Mesmo proibidas, muitas mulheres jogavam de forma clandestina, em campos de várzea, clubes menores ou torneios não oficiais. Era uma forma de resistência, de dizer: “a bola também é nossa”.
Essas jogadoras, verdadeiras heroínas, arriscavam punições apenas para sentir o prazer de estar em campo. Elas mantiveram viva a chama do futebol feminino, mesmo na escuridão da proibição.
O fim do banimento
Felizmente, em 1979, essa lei ridícula caiu. O Conselho Nacional de Desportos finalmente revogou a proibição, abrindo espaço para que as mulheres pudessem jogar sem medo. Claro que o caminho estava longe de ser fácil, mas aquele foi o primeiro passo para o renascimento do futebol feminino no Brasil.
O recomeço: resistência e primeiras glórias
Os anos 1980 e a retomada
Com o fim do banimento, as mulheres voltaram aos gramados. Mas não pense que foi fácil: havia pouca estrutura, quase nenhum investimento e zero espaço na mídia. Ainda assim, a paixão falou mais alto. Clubes começaram a montar times femininos, ligas regionais surgiram e, pouco a pouco, o futebol feminino brasileiro foi ganhando corpo.
A seleção pioneira
Em 1988, o Brasil participou de um torneio experimental organizado pela FIFA, considerado o embrião da Copa do Mundo feminina. Três anos depois, em 1991, nossa seleção jogou a primeira Copa do Mundo oficial na China.
Eu fico imaginando o que aquelas pioneiras sentiram ao vestir a amarelinha. Sem patrocínios, sem apoio, mas com muito orgulho e amor pelo esporte.
As primeiras conquistas internacionais
Olimpíadas inesquecíveis
O talento brasileiro logo começou a aparecer. Em 2004, em Atenas, nossa seleção feminina conquistou a medalha de prata olímpica. Quatro anos depois, em Pequim 2008, veio outra prata. Eu lembro da emoção de assistir àquelas finais, sentindo que o mundo finalmente enxergava a força das nossas jogadoras.
Copa do Mundo de 2007
Outro marco foi a Copa do Mundo de 2007, quando o Brasil chegou à final contra a Alemanha. Não deu para levantar a taça, mas o vice-campeonato mundial foi histórico. Era a confirmação de que o futebol feminino brasileiro tinha craques do mais alto nível.

A era da profissionalização
O papel da CBF e do Brasileirão Feminino
A partir da década de 2010, começou uma fase de maior profissionalização. A CBF passou a organizar o Campeonato Brasileiro Feminino, criando um calendário mais consistente e competitivo. Além disso, os clubes da Série A foram obrigados a manter equipes femininas.
Foi um divisor de águas: mais clubes, mais estrutura e mais visibilidade.
Investimento na base
Com a profissionalização, veio também o investimento em categorias de base. Hoje já vemos meninas começando a jogar desde cedo, em escolinhas e centros de treinamento, com acompanhamento técnico e médico — algo impensável décadas atrás.
Visibilidade e mídia
Outra mudança importante foi o aumento da transmissão de jogos. TV aberta, canais esportivos e plataformas de streaming começaram a dar espaço para o futebol feminino. Isso trouxe torcedores, patrocinadores e mais respeito para a modalidade.
Craques que fizeram e fazem história
Marta: a Rainha do Futebol
Falar de futebol feminino é falar de Marta Vieira da Silva. Seis vezes eleita a melhor jogadora do mundo, Marta é a nossa Rainha. Ela é exemplo de talento, dedicação e liderança, e colocou o futebol feminino brasileiro no mapa global.
Formiga: a lenda da longevidade
Outra história incrível é a de Formiga, que disputou sete Copas do Mundo e sete Olimpíadas. Uma carreira quase impossível de imaginar, marcada pela disciplina e pelo amor ao esporte.
Cristiane e a geração de ouro
Não posso deixar de citar Cristiane, uma das maiores artilheiras do futebol feminino, que brilhou em Olimpíadas e Copas.

Novas estrelas
Hoje, vejo com alegria o surgimento de jogadoras como Debinha, Bia Zaneratto e Andressa Alves, que mantêm o Brasil competitivo em alto nível e inspiram a nova geração.
Desafios atuais
Estrutura e salários
Apesar de tantos avanços, a realidade ainda é desigual. Jogadoras ganham muito menos que jogadores, os investimentos são menores e a estrutura, em muitos clubes, ainda é precária.
Preconceito
O preconceito ainda existe. Muitas meninas ainda ouvem que “futebol não é para mulher”. Essa barreira cultural precisa ser derrubada de vez.
Formação de base insuficiente
Embora já haja avanços, ainda falta maior investimento na base. Sem categorias de formação espalhadas pelo país, muitos talentos se perdem.
O horizonte promissor
Mais apoio e visibilidade
Hoje, eu vejo o futebol feminino em um caminho promissor. A cada ano, mais clubes investem, mais torcedores se engajam e mais patrocinadores chegam.
Inspiração para novas gerações
Para mim, o mais importante é o impacto social. Cada gol da Marta, da Debinha ou da Bia Zaneratto é um recado para meninas do Brasil inteiro: “sim, você pode sonhar com o futebol”.
Perguntas da Torcida
1. Quando o futebol feminino começou no Brasil?
Embora mulheres já jogassem de forma amadora antes, oficialmente o futebol feminino só foi liberado em 1979.
2. Quem é a maior jogadora brasileira da história?
Marta é considerada a maior jogadora da história do Brasil e do mundo, com seis prêmios de Melhor do Mundo da FIFA.
3. Quais os principais desafios do futebol feminino hoje?
Os maiores desafios são a desigualdade em salários, a falta de investimento em estrutura e base, e o preconceito cultural.
Apito Final, Mas o Jogo Continua
Eu vejo a trajetória do futebol feminino no Brasil como uma verdadeira saga: começamos no banimento, passamos pela resistência das pioneiras, conquistamos glórias internacionais e hoje vivemos uma era de maior visibilidade e profissionalização.
Ainda há muito a melhorar, mas o caminho está aberto. O futuro é promissor, e eu tenho certeza de que as próximas gerações vão colher ainda mais frutos dessa luta.
O futebol feminino não é só esporte: é resistência, inspiração e transformação social. E eu sigo torcendo — dentro e fora de campo — para que esse brilho nunca mais seja apagado.
O que realmente impulsiona o futebol feminino?
Eu te mostrei um pouco da trajetória do futebol feminino no Brasil, mas a conversa está longe de acabar. Aqui no Tudopelabolafc, a gente adora ir a fundo e debater os pontos cruciais que moldam o esporte.
Então, você acha que o investimento estrangeiro foi o verdadeiro divisor de águas? Vem comigo e explore se o investimento estrangeiro virou o jogo no futebol feminino no nosso próximo conteúdo!